Um fato para lá de inusitado surpreendeu a comunidade de Júlio de Castilhos e até a Polícia Civil. Um detento do Presídio Estadual do município procurou a delegacia da Polícia Civil para registrar uma ocorrência de roubo de seu celular dentro da cadeia.
O episódio ocorreu na última sexta-feira. O preso se queixou do roubo e foi levado pelos agentes da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) até a delegacia. Segundo relato do detento à polícia, dois outros presos com os quais ele dividia uma cela teriam tirado o aparelho dele sob ameaça, o que configuraria roubo.
Segundo a administradora do presídio, Mara Rosa, agentes da Susepe fizeram uma revista minuciosa na cela do detento e nos presos apontados por ele como supostos autores do roubo e nada foi encontrado. A delegada de Júlio de Castilhos, Alessandra Cristina Padula, acredita que o registro teria sido uma manobra do preso para trocar de cela em função de alguma rixa com outros apenados.
Esta não é o primeiro fato curioso envolvendo o detento. Ele cumpria pena domiciliar em Tupanciretã até meados de outubro. Deveria, portanto, permanecer em casa das 22h às 6h. Porém, foi visto e identificado por policiais militares durante um show em uma feira em Júlio de Castilhos. Isso resultou em nova prisão preventiva dele e no seu encaminhamento para o Presídio Estadual de Júlio de Castilhos, onde estava desde então.
O preso foi transferido para a Penitenciária Estadual de Santa Maria por 60 dias. Um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado pela administração do presídio para investigar o fato, já que o uso de celulares é proibido dentro das cadeias gaúchas.
_ Fizemos revistas nas celas diariamente e são raras as semanas em que não apreendemos celulares. Estamos localizados praticamente dentro da cidade (área urbana) e nosso muro é muito baixo. Os aparelhos são jogados para dentro do pátio por familiares e amigos dos detentos _ admite a administradora da cadeia.
Além disso, segundo a administradora, há déficit de agentes penitenciários e de policiais militares para fazer a guarda externa do presídio. Uma obra que poderia ajudar a melhorar a segurança no local está parada, alega Mara Rosa. A construção de uma passarela em toda a volta do pátio do presídio começou em torno de um ano. As fundações foram feitas, mas, depois disso, a obra parou há cerca de dois meses.